2 de dez. de 2009

Questões a se pensar sobre o Ministério Pastoral - parte 1

Charis_Israel_01 Estamos vivendo dias em que, na percepção de uma maioria, seria o tempo da maior expansão evangelística da história da Igreja brasileira. “Nunca se viu tamanho crescimento da Igreja como nos nossos dias”.
Mas, na percepção da minoria, levando-se em conta, não o fator “numérico”, mas o fator “qualidade”, este é o período de maior crise espiritual já vivido pela Igreja do Senhor Jesus.
O que é ser Pastor nesses dias que estamos vivendo?

Gostaria de abrir aqui, agora, este tema para discussão, focando os seguintes aspectos:
· Entendendo o tempo que estamos vivendo;
· Para qual tarefa temos sido chamados;
· Definindo nossos desafios como pastores; etc.
Para dar ensejo às discussões sobre esses assuntos, eu faço a seguinte pergunta: O que é ser Pastor? Alguns líderes modernos de igrejas imaginam-se a si mesmos como homens de negócios, personalidades da mídia, promovedores de entretenimento, psicólogos, filósofos ou advogados.
Outros como líderes, se apresentam com uma “aura” de uma santidade, autoridade e poder, jamais vista. Outros são tidos como “todo poderosos” e “infalíveis”. Outros se apresentam esbanjando riqueza, carros de luxo, aviões particulares, etc.
Essas ideias e conceitos estão de conformidade ou se chocam, em todos os seus detalhes, com o tom da simbologia que as Escrituras utilizam para descrever os líderes espirituais?
Por exemplo, em II Timóteo 2, o apóstolo Paulo empregou 7 metáforas para descrever os rigores do ministério de liderança. Ele apresenta o pastor como um mestre (v. 2), um soldado (v. 3), um atleta (v. 5), um agricultor (v. 6), um obreiro trabalhador (v. 15), um vaso (vs. 20-21) e um escravo (v. 24).
Todas essas figuras evocam idéias de sacrifício, labor, serviço e arduidade. Elas nos falam, de modo eloqüente, sobre as responsabilidades complexas e diversas envolvidas no ministério de liderar. Nenhuma delas transforma o ministério de liderança em algo esplendoroso.
Esta é a razão por que não devemos supor que o exercer liderança seja algo espetacular. Liderar a igreja (estou falando sobre todos os aspectos da liderança espiritual, não somente da função do pastor) — Não é um manto de status a ser conferido à aristocracia da igreja. Não é obtido pela idade avançada, comprado com dinheiro ou herdado por laços de parentesco. O ministério de liderar não recai necessariamente sobre aqueles que são bem sucedidos em seus negócios ou em suas finanças. Liderar a igreja não é distribuído com base na inteligência ou no talento. As exigências para a liderança são pureza de caráter, maturidade espiritual e, acima de tudo, disposição de servir com humildade.
O símbolo favorito de nosso Senhor, referindo-se à liderança espiritual, era a de um pastor — alguém que cuida do rebanho de Deus. Esta foi uma figura que Jesus utilizou para descrever a Si mesmo. Todo líder de igreja é ou deveria ser um pastor.
Pastor significa alguém que leva ovelhas para pastar e cuida delas. Esta é uma figura muito apropriada. Um pastor guia, alimenta, fortalece, consola, corrige e protege. Essas são responsabilidades de todo líder de igreja.
Os pastores não possuem status. Em todas as culturas, eles ocupam os níveis mais baixos da pirâmide social. Isto corresponde perfeitamen­te às palavras de nosso Senhor, ao dizer: “O maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lc 22.26).
No plano que Deus estabeleceu para a Igreja, a liderança é uma posição de humildade, amor e serviço. Liderar a igreja é um ministério, não um empreendimento administrativo. Aqueles que Deus indica como líderes não são chamados para serem monarcas, e sim súditos humildes; não celebridades espertíssimas, e sim servos que trabalham com empenho.
Aqueles que lideram o povo de Deus têm de ser, antes de tudo, exemplos de sacrifício, devoção, submissão e humildade. Esse sempre foi o exemplo deixado pelo próprio Senhor Jesus. Ele é o modelo para nós.
A tremenda responsabilidade de liderar o rebanho de Deus está acom­panhada do potencial de grande bênção ou de grande juízo. Os bons líderes são duplamente abençoados (l Tm 5.17), e os péssimos líderes são duplamente repreendidos (v. 20), pois “... àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido” (Lc 12.48). Tiago 3.1 nos diz: “Não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo”.
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Devocional ministrada em uma reunião de pastores - Adaptado de: Shepherdology: A Master Planfor Church Leadership [Pastorado, um Plano-Mestre para a Liderança da Igreja], por John MacArthur Jr. Publicado em português na Revista fé para Hoje, n.24, Editora Fiel.

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