9 de jan. de 2010

A FRAGILIDADE DA VIDA

Enchen14Em meio a tantas tragédias provocadas pelas chuvas, terremotos, furações, etc., que parece sempre acontecer nas viradas de ano, uma quantidade enorme de emoções afloram em nossas mentes. Tristeza, perplexidade, espanto, impotência, medo, raiva, ódio!

Apenas quando alguém conhecido ou não, mas sendo ainda muito jovem, morre, é que percebemos o quão frágil é a nossa vida neste corpo. Olhamos para um corpo jovem, de 34 anos apenas, comida por um câncer generalizado, e pensamos: “Isso não é normal”, pois pensamos que o normal, não é um pai e uma mãe, já avançados na idade, subsistirem aos filhos!

Na verdade, não importa o tipo de morte, mas a perda é sempre irreparável. Talvez o homem da Bíblia que mais sofreu pela perda, tenha sido Jó. Ele era um pai exemplar, um marido fiel, um homem de negócios próspero, mas principalmente um homem pio e temente a Deus.

Tudo ia bem quando de forma inesperada e irremediavelmente, perde os filhos e filhas e praticamente todos os seus bens. No capítulo 14 do livro que leva seu nome, ele fala sobre a vida, como “passageira e cheia de dificuldades”, “frágil como uma flor”, e “passageira como a sombra”.

O mais interessante neste pronunciamento, é que neste momento ele não estava se referindo à morte de seus filhos e filhas, mas sim, de sua própria vida. Pois, quando da morte de seus filhos, mesmo indo contra a sua esposa que o tentava para que amaldiçoasse a Deus, ele só soube atribuir louvores e honras a Deus, autor da vida e o ordenador da morte.

Mas, como ele próprio passava por tormento em razão de uma terrível doença, só então, ele pôde entender o quão efêmera é a vida e irremediável a morte.

A história de cada um de nós, nesta vida, é repleta de novos capítulos, de fatos que a tornam única entre todas as pessoas do mundo. No entanto, muitas coisas temos em comum uns com os outros, como por exemplo, os relacionamentos familiares, as amizades, o trabalho, as conquistas diante de uma sociedade consumista, etc.

É neste ponto que gostaria de fazer um destaque sobre o fato de vivermos a vida atrás de ganhar dinheiro para gastá-lo em qualquer coisa. Compramos qualquer coisa que é vendida, quando temos o dinheiro, é claro.

Algumas coisas são indispensáveis e outras não; existem coisas que podemos viver sem obte-la, mas existem outras que não viveríamos sem. Mas em geral, tudo o que compramos é porque queremos usar ou esbanjar.

Mas existe uma coisa que é objeto de consumo, temos que comprar, mas quando compramos, não queremos usar. Como o título de uma mensagem que li “Quem compra, não quer usar”.

Este objeto, não é na verdade um objeto, mas um bem, uma propriedade, a “sepultura”. Realmente quem compra, não quer usar.

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Eclesiastes 3:20 diz: “... todos são pó, e ao pó tornarão.” O pregador, em outras palavras, afirma que a morte é inevitável, e todos nós passaremos por ela, mas a realidade é que evitamos pensar nela.

Alguns, pelas suas forças e também pela força do dinheiro, tentam enganar a morte, buscando os tratamentos de rejuvenescimento. Passam horas em academias buscando a melhor condição física, mas na verdade, estão apenas se enganando.

O patriarca Abraão, ao perder a sua amada esposa com quem viveu quase cem anos de vida conjugal, passou também pela triste ocasião de ter que comprar um lugar para que sua esposa fosse sepultada. Abraão separou de seus bens, quatro quilos e meio de moedas de prata para pagar pelas terras onde ele sepultaria a sua esposa. O interessante na verdade, é que aquelas terras, por direito divino, pertenciam a Abraão (leia Gênesis 23:4-13).

Deus lhe havia feito a promessa de que, entre outras coisas, ele veria “edificada a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e construtor” (Hebreus11:9,10). Ele morreu sem ver o cumprimento dessa promessa, Hebreus 11:13.

Mas porque estou dizendo tudo isso de morte e sepultura?

Meu desejo é ressaltar dois pontos interessantes: Primeiramente, assim como a vida é frágil, e o fim dela é a morte, temos uma vida espiritual consciente de realidades que não é comum a todos os homens, e que do contrário a vida humana, não envelhece, mas floresce a cada manhã pela graça de Deus em nós.

Somos fortalecidos dia a dia pela comunhão com o doador da vida e nada, mas nada mesmo, tem poder para nos separar desse amor. A vitória de Cristo, também é nossa por promessa. E por promessa, temos recebido por possessão eterna, a glória de Deus.

Em segundo lugar, é que em razão da vida ser tão passageira e a morte tão inesperada, temos uma urgente missão que é a pregação do Evangelho que traz salvação e vida eterna em Deus.

Que as palavras do Senhor gravadas no livro do profeta Ezequiel, capítulo 3:18,19, sejam para nós como setas agudas constantemente apontadas para os nossos rins, com o fim de jamais nos esquecermos da nossa responsabilidade de levar esta mensagem de arrependimento para a salvação em Cristo Jesus.

“Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o perverso, e ele não se converter da sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniquidade, mas tu salvaste a tua alma.” 

Que esta seja a nossa meta, o nosso objetivo maior e mais precioso.
Amém.

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Pr. Sergio L. Menga - A Fragilidade da Vida - 04/02/2000

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